Lays, eu curti o texto porque é isso – maternidade, por mais que as pessoas não queiram, é um tipo muito específico de poder – e de saber. E no patriarcado, a maternidade é colocada dentro do espaço privado, e é lá que tem que ficar.
Se a maternidade chegar pra rua e gritar suas necessidades, olha lá, olha lá a louca que não sabe do que tá falando. Quando uma mãe vem a público e bota o dedo na cara do professor, da escola, ou da ciência, já é automaticamente desqualificada para apontar esse dedo. É a mãe que não sabe diferenciar ciência de auto-ajuda (como se a auto-ajuda não bebesse da ciência), é a mãe que não sabe o que é ciência (claro, a ciência só pode ser refutada por quem é cientista, quem não é cientista que se cale).
Então, eu acho muito bom que textos como o seu existam e comecem algum tipo de diálogo. Porque mães estão aí pra encher o saco mesmo, pra questionar como a sociedade conduz a criação de um ser humano. Em público! Agora a sociedade patriarcal já se acostumou a pensar que mãe não tem PHD nem para iniciar um diálogo, quanto mais pra contestar alguma coisa mais consistente.